Lixo por toda parte. - Parte 1

Essa semana entrei em um site cujo objetivo é divulgar livros e autores pouco (ou nada) conhecidos. Não vou citar o nome do site porque não convém.
Enquanto navegava, vi duas coisas que me chamaram a atenção. A primeira, foi o depoimento de uma garota de 15 anos, que publicou seu primeiro romance e pelo jeito é bem querida entre os frequentadores do chat do site. Ela é admirada por ser tão jovem e já ser uma romancista.
Não li o livro dela, mas só de ler sua autobiografia, deu para ver que a menina realmente escreve bem e sabe usar as palavras. O problema foi o conteúdo.
A dita escritora relatou que escreve histórias adolescentes (você não achou que aos 15 anos ela fosse escrever outra coisa, né? Rsrs) e que se inspira em seu próprio histórico para por as ideias no papel. Até aí tudo bem.
O problema, é que ela se intitulou uma pessoa muito mal resolvida – o que é até bem comum na idade em que se encontra – disse também que é antisocial, problemática e até um pouco depressiva, e que escrever é um meio de escape, uma fuga da realidade, onde pode por suas amarguras no papel. Nada contra.
Ao ler a sinopse do livro dela, me deparei com uma personagem principal que tinha tudo para ser a própria autora: falava de uma garota de 15 anos – coincidência? – abandonada pela mãe, que perdeu sua melhor amiga tragicamente e que encontrou o “amor” nos braços de um cara mais velho, bonitão e sedutor, porém, muito misterioso e talvez perigoso. Bom, está bem nítido que a autora coloca muito da sua realidade e das suas vontades no livro.
O que quero que vocês entendam, é o seguinte: livros, assim como filmes, músicas e outras expressões criativas, trazem dentro de si o espírito de seus criadores. Não dá para você se envolver com uma história (seja ela de um livro, um filme ou uma música) e sair dela do mesmo jeito que entrou. Aquela história vai deixar alguma marca em você, seja essa marca boa ou ruim, mas vai.
Então, veja bem, essa autora de 15 anos, que se define como mal resolvida e problemática, também criou uma história com os mesmos adjetivos, e o espírito que está em seu livro é o mesmo que está nela.
De uma certa forma, ela irá compartilhar o que está dentro de si com seus leitores, que em sua maioria, têm a mesma faixa etária que a autora: em torno de 15 anos. E o problema não é expressar o que está dentro de si, pois todos temos liberdade de expressão, mas sim, em os leitores receberem algo negativo ao invés de positivo.
Os comentários que se encontram na sinopse são de adolescentes, em sua maioria meninas, dizendo que também se sentem rejeitadas pelos pais e que também gostariam de encontrar um “cara” como aquele. Percebe a influência?
Podem falar o que quiser, mas sou contra tudo aquilo que não acrescenta nada na vida de ninguém. Sou contra obras que apenas compartilham tristezas e frustrações e não dão esperança de como vencê-las.
Um livro como esse não acrescenta nada na vida dessas adolescentes, só criam fantasias e falsas expectativas. Só compartilham experiências ruins e uma falsa solidariedade do tipo: ao invés de parar de sofrer, vamos sofrer juntos. E tudo que gera sofrimento, ilusão e sentimentos negativos, para mim é lixo. E o lixo está em toda a parte, até na literatura.
Por falar nisso, tem a segunda coisa que me chamou a atenção neste site, mas que fica para o próximo post...


“A boca fala do que está cheio o coração”. Mateus 12:7

Um comentário:

  1. Verdade! Por isso a importância de vigiarmos tudo que vemos, fazemos... enfim, tudo devemos analisar para ver se trará algo bom ou ruim para nós! Ótimo post! ; D

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